sábado, 22 de dezembro de 2012

The angel behind the shadows


  Alice tinha razão, existe sempre um anjo por de trás de um anjo.
  Foi o que me fez pensar muito esses dias e isso é sim uma reflexão. Estou aos poucos abandonando o meu post de "anjo", sim, aos poucos vou me distanciando, por razões pessoais, de ser tão disponível as pessoas. Há vários motivos para essa escolha, mas uma delas é o fato de eu descobrir que eu não posso carregar todos os fardos sozinho, por trás de um anjo é necessário um anjo, que cuide desse, que o suporte. E assim concordo, chegou um momento em que eu preciso descansar, tomar meu tempo e quem sabe, procurar alguém.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Caos

  Assim está minha mente e coração: um caos. E parece que eu procuro esse estado caótico, eu busco entrar nesse estado errando errando e errando. Porque parece que tudo isso agita o meu ser, faz minha mente trabalhar, sair da rotina e explodir de idéias. Mas eu sou um mal administrador, não sei organizar essas idéias que me atingem de um modo mais intenso do que eu mesmo podia imaginar e quando vejo, estou desolado.
  Por um momento eu quero estar só, por um momento eu quero encontrar uma válvula de escape, quero tentar algo para aliviar essa inquietação causada por tantos pensamentos, expectativas, idéias e esperanças. Mas nada do que faço parece aliviar e sou tomado por esse sentimento.
  Escrevo de modo compulsório, sem qualidade, sem técnica, somente com os sentimentos que nem sei quais são, mas que sinto. E torna-se o texto sem nexo, sem sentido, sem o próprio sentimento e desagrada o leitor e a mim.
  Então por que procuro esse caos? Por que por tanto quero me apaixonar? Espero descobrir, antes de enlouquecer ou ter tantas idéias que não irei aguentar. E minha arte é também a minha compulsão...

sábado, 24 de novembro de 2012

De pai pra filho


  Hoje eu fui jogar bola como em alguns dias. Nada de mais, nada de diferente, tirando o fato de eu lembrar do meu pai enquanto eu jogava.
  Lembro de quando era pequeno tê-lo visto jogar poucas vezes, acompanhado poucos jogos. Mas enquanto eu estava ali de lado assistindo era sempre comum eu ouvir pessoas me dizendo: seu pai jogava bem, era um grande zagueiro e tinha um chute forte como ninguém.
  O tempo passa e hoje ainda me vejo como aquele menino vendo o seu pai jogar futebol, o tempo nos afeta de modos diversos, é verdade que ele já não aguenta tanto quanto a anos atrás, mas eu ainda o vejo como aquele jogador que poucas vezes vi jogando.
  Tudo isso para eu dizer que não acompanhei os passos do meu pai nesse sentido, não sou um jogador tão bom, mas me divirto jogando futebol também, mas acima de tudo o que me ficou foram as saudades do meu velho e de vê-lo jogar.
  Uma pequena homenagem do único jeito que sei faze-la pai, acho que nunca te contei sobre esse blog e os outros que tenho, mas aqui está o que gosto também de fazer, além do futebol, além da psicologia e além do computador.
  Obrigado pela música do metallica.

  Do seu filho,
  Lucas.

sábado, 17 de novembro de 2012

Petit Prince


  Acabo de reler "O Pequeno Príncipe" e é válido ser impossível não terminar o livro com lágrimas nos olhos.
  Foi esse livro que deu inspiração ao nome do blog, que como toda gente grande, parece soar estranho. Mas para quem cativou a idéia desse blog, desses contos e dessas palavras, é de sumo significado.
  Deparo-me também com o grande autor que Antoine De Saint-Exupéry é, a sensibilidade da qual ele descreve os nossos mais profundos sentimentos, junto a ingenuidade pura de uma criança, uma combinação perfeita que apenas alguém tão sensível e tão criança consegue produzir. E por tanto tempo, eu mesmo me considerei criança brincando com as palavras, mas é preciso também amadurecer para voltar atrás, como o próprio Pequeno príncipe disse "Não encontra nada quem só andas para frente".
  Assim parece a minha jornada, sempre visando o meu lado mais casto, me perco em trabalhos árduos de escrita, em percepções que transcendem a minha lógica impregnada pelo pensamento adulto e para o trabalho não de aprender a escrever, mas justamente para esquecer de tal ato. Porque assim são as coisas mais puras, como nos ensina o livro, as coisas do coração. Não há palavras para lhes descrever, há apenas tentativas duras e trabalhosas para registrar algo que apenas se sente, apenas se vive e apenas se vê, porque assim como o nosso aviador, ninguém mais irá olhar para o céu e ouvir guizos, ninguém mais irá olhar para aquele pedaço de papel e lembrar do som da caneta rabiscando-o enquanto tentava colocar ali o seu amor e ninguém mais se lembrará das lágrimas que tenho ao registrar mais uma beleza, que me toma a alma, que me toma o coração, nesse lugar que é como uma dedicatória e também como um museu.
  Museu dos sentimentos que já vivi, das viagens ao meu ser que já fiz e não se enganem quando sentimentos se abaterem sobre vocês, não, não são os meus. Como Pessoa mesmo já disse: Eu escrevo sobre os meus e vocês sentem os seus. Os meus escritos deixam dicas para o que vocês já viveram e por isso digo: Não se enganem quanto ao que lêem aqui.
  O que lêem aqui é somente meu, voltem-se para o que vocês sentem, voltem-se para vocês mesmo, porque dentro de vocês está a lembrança que daria um texto melhor ou tão melhor que o meu. Eu apenas tento registrar o que sinto para que o mundo de gente grande não me engane, não me pregue peças. Porque a unica peça que quero que me preguem é o daquela lembrança gostosa, nas coisas mais fúteis aos olhos adultos e que me farão sorrir, como um louco frente a uma multidão, mas que será único...único e somente isso.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pequeno fim

  Há horas em que eu realmente me entristeço quando sou obrigado a "quitar" de coisas. Jogar é algo importante para mim, é algo que me entretém e relaxa a minha cabeça e as coisas iam bem com o CF.

  Mas a má administração me obrigou a abandonar o jogo, o clã, os amigos e a emoção do jogo em equipe. Sim, o jogo em equipe que melhorava pouco a pouco: As horas xingando um ao outro, torcendo, salvando, ganhando e perdendo. Depois de ver o vídeo das finais da WCG me deu uma vontade enorme de jogar, mas com a quantidade de hackers e laggers fica realmente impossível. E olha que foi um FPS que eu realmente me animei a jogar.

  Bom, agora é começar a procurar outro jogo, é começar de novo...
  Dynasty, sempre juntos.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cobardia


  São as reflexões os mais dolorosos exercícios do ser humano consigo mesmo. As reflexões auto punitivas mais ainda. E estou cá, nesse exercício doloroso num masoquismo incrível...
  E lá estou eu, ouvindo da sua boca que nunca lutei por ti como lutei pelas outras. Por mais hipócrita que possa ser, ainda tendo a acreditar que você é o amor da minha vida. E quanto maior a magnitude do sentimento, maior o meu medo, maior a minha covardia, menor a minha vontade de lutar...Talvez, por tudo eu tenha medo de arriscar, talvez o meu passado ao seu lado me condene e não deixe simplesmente eu tentar de novo, talvez o medo de errar com você pela terceira vez me dilacera...
  São tantas coisas, tantos fatos que me travam e por mais que eu tente acreditar que cresci, você é a prova viva e dura que eu ainda sou uma criança covarde...
  E você é sempre aquela que me desestrutura, aquela da qual não sei criar barreiras, da qual não sei me defender, a que me conhece nos mais crus tons e nos mais profundos desejos, do mais simples gesto ao mais complexo pensamento. É aquela que acima de tudo me entende, coisa que nem eu mesmo consigo. Sua voz consegue me derreter e quando vejo, sou quem sempre fui com você, ainda assim por que eu não consigo lutar? Ainda assim...por que?
  Olhar o meu punho cerrado só me mostra o quão frustante é isso e o quão covarde sou...que por tanto prega, mas simplesmente não consegue lutar por amor...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Fake Angel


  E quantas foram as vezes que eu quis largar essa minha alcunha? Algumas vezes por não me sentir na função de "anjo", outras por uma questão ideológica de que eu queria ser visto como "humano", outras porque perderá o sentido para mim...
  Mas ele me persegue, a toda hora, a todo momento. É a Soph que me chama assim e me lembra dele, são as pessoas que me chamam de anjo por ajudá-las, são as pessoas que elogiam a minha voz...E novamente eu percebo: Eu gosto de ter essa alcunha...
  Porém, o fardo que carrego é pesado. As vezes não os sustento e desmorono, mas é o prazer da função que me mantêm. É a confiança que as pessoas depositam em mim, as histórias que elas me contam, as lágrimas que derramam em meu ombro e por fim, a felicidade que ganham e o alívio é que me gratificam.

Bem vindo de novo, 
Fake Angel

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Som


  Por um descuido meu, esqueci de carregar o meu Ipod e saí na mesma caminhada de sempre sem meus fones de ouvido. Talvez fosse pelo sentimento de urgência que tinha em escrever, talvez fosse pelo olhar poeta que estava sensível hoje, fosse pelo que fosse, hoje o caminho foi diferente.
  E pela primeira vez vi o contraste entre o canto dos pássaros, escondido em meio aos sons mecânicos do motor dos carros, ouvi pessoas conversando sobre os mais diversos assuntos enquanto desviava dela, percebi olhares, reparei em casais e pela primeira vez, me senti humano naquele caminho. Percebo o quão mecânico é minha rotina e o quanto muitas vezes o meu corpo urge para que eu faça pequenas quebras nela, não me lembrava de certos comércios que existiam por ali e na volta pra casa reparei de novo no local que vendia coxinhas, aumentando ainda mais a minha fome.
  Uma pequena mudança, não só na rotina, não só nas ações, mas também em mim...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sobre mim


  Sou um cara de muitas musas, muitos jeitos e muitas faces. Um amontoado de máscaras que escolho vestir dia após dia, ocasião por ocasião. Tantos "selfs" que eu me perdi de mim, não me reconheço frente ao espelho e não me sinto íntegro. Não me sinto até entender que essa minha fragmentação também sou eu. E cada pedaço urge para ser único e não para juntos serem únicos, cada pedaço de mim urge para ser reconhecido por mim, cada pedaço grita para ser ouvido ao menos uma vez. E dessa fragmentação tão louca, surge a criatividade como uma forma de dar ares a tantas vozes. Não sei como consigo manter a minha sanidade diante de tantos "selfs", que se apaixonam, choram, gritam, urgem, nascem e morrem.
  Como um espelho d'água que reflete o que passa sobre ele, mas distorce a imagem pela simples rebeldia de não querer ser a imagem e sim o eu...
  A linearidade confusa e quebrada demonstra apenas os meus pensamentos igualmente confusos, um turbilhão de pensamentos desconexos e me sinto como um pescador, tentando fisgar um pensamento iluminador...

sábado, 8 de setembro de 2012

No title

E são em dias assim que me pergunte: Para quem chorar? Ou então: Em quem me apoiar?
E descubro que talvez eu seja mais frio do que penso e que o inverno já tomou o meu coração, a solidão casou comigo e minha bússola perdeu o seu norte. E são em dias assim, em que me sinto fraco e impotente que me falta alguém ou que me falta eu em mim mesmo.
São em dias assim que tanto penso, de modo cíclico, sem saber onde comecei e nem onde vou terminar, numa espécie de tortura que parece-me eterna, mas que entrei por contra própria.
Registro aqui a minha dor e recolho o meu calor, das palavras que sempre estão comigo mesmo depois de eu tê-las abandonadas e que me mostram que a solidão não é assim tão ruim.

Encontros e desencontros



  Não estava em meus planos conhecer pessoas novas, também não estavam neles reconhecer velhos amigos. Não estava em meus planos ir a lugares diferentes, muito menos me perder em ruas conhecidas. Não estava em meus planos me conhecer, nem me perder de mim mesmo.
  Tudo isso não estava em meus planos, esses momentos, esses lugares, essas ocasiões...e é por isso que agradeço ao acaso, por me mudar, por me dar novos ares, novas perspectivas. Estou feliz com o acaso que foram todos esses dias, feliz por ter vivido tantas coisas diferentes, com as mesmas pessoas, com pessoas diferentes nos mesmos lugares. Cada experiência é única e mesmo tentando descrevê-las, fica em mim a memória do que o acaso me deu.

domingo, 2 de setembro de 2012

A história de cada lugar

Vale a pena a legenda, a imagem se chama Vestígio - Ruínas poéticas


  Uma manhã de domingo que não me prometia nada. Saí de carro para treinar, tomei café, comprei pão e resolvi comprar um frango assado para o almoço, numa pequena lojinha frente a igreja. Cheguei as 9 da manhã, mas o frango só saia as 10. Fui a banca, enrolei e não se tinham passado 10 minutos e quando voltei, talvez meu olhar de perdido fez a dona da loja conversar comigo e com a minha mãe. E a agradeço por essa conversa.
  Aprendi muito sobre culinária japonesa, o que foi deveras interessante, mais ainda foi descobrir sobre aquele lugar. Um lugar bem pequeno, que vende produtos japoneses, frango assado aos fins de semana, frios e algumas coisas congeladas, como a dona da loja me disse "minhas filhas acham esse lugar horrível". Mas o que me chamou atenção foi o orgulho dela nessa loja, mais ainda as histórias que ela me contou sobre ela.
  A loja tem 13 anos, no começo ela tentou fazer uma loja de produtos naturais, o que não deu certo e a fez investir em variedades (por isso há tantas coisas na lojinha). No fim, acabou dando certo, mas pensando nas pessoas com restrições, há coisas feitas a mão sem glúten, sem glicose e tantas coisas mais. Parece uma historinha simples e até é, mas me lembro bem do que ela me disse:
  "Estou numa idade em que quero acreditar em princípios. É, pretendo trabalhar com produtos naturais de novo, frango sem hormônios essas coisas. Tem pessoas com muitas restrições e estou tentando atendê-las, ainda vendo bolachas essas coisas, mas também é para as crianças que tem pouco dinheiro né? Mas vou atrás dos meus princípios. Isso aqui ta mais para uma Ong, aquela menina que trabalha aqui, ela vinha quando tinha 6 anos porque não queria ficar sozinha em casa e hoje (com 18) trabalha aqui comigo."
  Algo que não ouço a tempos e realmente me marcou. Alguém que corre atrás dos princípios e pouco a pouco fui começando a entender mais daquele pequeno lugar, que era tão significativo a ela. Agradeço-a pela conversa e pela simpatia. Hoje aprendi mais do que truques para cozinhar, tive uma lição de vida sobre princípios e humildade.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu e eu mesmo



  Só hoje descobri do que tenho medo, do que tanto corro, tanto temo e tanto fujo. Eu tenho medo de mim.
  Sou, como todos, alguém multi facetado. Mas minhas multi faces sempre se alternam. Sempre há aquela face que você esconde, abomina e recalca. Hoje descubro que é dessa minha face que tenho tanto medo. Porém até onde isso é um grande preconceito meu?
  De fato ela já causou algum mal e por isso eu a escondi, a joguei fora de mim. Mas todos merecem uma segunda chance, não? E a tempos ela vem gritando comigo, me cutucando, me incomodando numa súplica por essa segunda chance que eu nunca dei.
  E talvez ela não seja a faceta mais maléfica que eu tenha e sim essa que tanto uso. Que a reprimiu e não deu a ela a segunda chance. Até onde eu sou o carrasco e até onde eu sou o anjo? Já não sei mais e já não tenho medo de descobrir. Talvez o meu maior demônio seja o meu maior anjo e vice e versa...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Doente

  Me pego doente, não sei se é um enjoo por algo que comi ou simplesmente é meu fígado reclamando comigo. O que sei é que minha cabeça parece que vai explodir e é engraçado essa sensação.

  Louco? Talvez, mas a sensação da sua cabeça doendo e você perceber que ela funciona mal, que você mal consegue pensar é engraçada. Engraçada porque eu simplesmente penso de modo errado, troco palavras e quando quero inspiração, ela simplesmente não vem.

  Ando com um branco na mente e percebo o quanto isso me irrita. Sinto falta do turbilhão de idéias que ela é todo dia, sinto falta de me sentir incomodado em não pensar em nada, em não produzir nada, em simplesmente não querer escrever nada. Estou no modo mecânico e ainda assim, acredito e quero achar algum sentimento em meus escritos diários.

domingo, 26 de agosto de 2012

-

Minha cabeça está um mar de distorção,
Uma mistura de sensação, razão e emoção,
Inibe todas as idéias,
Larga só as loucuras,
Que não tiram férias,
Nem parecem ter cura.
E o que ocorre com o poema,
Que nasce de um dilema?
Se desenvolve de modo liberto,
E termina incerto...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Clã



  Embalado na minha semana de vício, da qual dediquei muitas horas ao meu clã. Percebi uma coisa, primeiro que isso faz mal pra mim e meus estudos huauhauha, segundo que um clã é muito mais do que simplesmente um clã.
  Somos amigos, família, inimigos, xingamos, lutamos, gritamos, torcemos e pouco a pouco estamos nos sincronizando. Estamos começando a melhorar, temos ganhado muitas vezes seguida contra caras muito bons. Mas importante é a diversão que temos.
  Somos mais que um clã, somos mais que uma Dinastia, estamos indo em rumo a fama que aos poucos se espalha. Seja do nosso sniper com quick shots, seja do nosso front com kriss noob que gera muitos qq, seja com o segundo front de type, seja o B hop por aí, seja do scar light que era só um problema com a arma, seja com o cara de shift quebrado servindo de isca no esgoto, seja da nossa única garota que se desespera e começa a errar milhões de tiros, seja do nosso novo membro pé frio, mas que já superamos isso. Assim como, os novos membros que ainda não tiveram a chance de jogar com nosso clã. E aqui fica minha deixa da noite.
  Dynasty - Vamos rumo a vitória!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vendedor de livros



  Eu e minhas reflexões.
  Estava andando como num dia qualquer, passando pela banca de livros que sempre passo todos os dias. Por curiosidade (e também porque o vendedor me cumprimentou de longe), resolvi parar para conversar com ele. Tal foi minha surpresa que já tinham se passado mais de 30 minutos e eu ainda estava envolto naquele diálogo.
  Vendedores de livros são realmente pessoas intrigantes. Possuem um conhecimento amplo e diversificado. Tamanha foi a alegria e surpresa de conseguir conversar qualquer coisa com esse vendedor, ele parecia saber de tudo um pouco e articulava tudo isso de modo a me envolver naquela conversa. O tempo foi passando e os temas mudando de uma hora a outra. Saí de lá com uma sensação estranha, um misto de gratidão por ter tido aquela conversa com um misto de surpresa. O pré conceito e a rotina nos fazem passar batido por muitas coisas, não que elas sejam de fato ruins, são importantes para nossa sobrevivência, mas experimentar o novo foi de mesmo modo interessante a mim. E num dia como o outro, uma conversa simplesmente me tirou do meu mundinho, para me colocar em outro por algum tempo.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Do medo a psicologia



  Há sempre mitos que rondam a figura do psicólogo. Por mais imbecil que pareça, parei para pensar muito sobre isso hoje. Detemos (sim, estou estudando para ser um psicólogo) um saber que na cabeça de muitos parece místico. Um saber sobre todas as questões ocultas do ser humano. Mas ao mesmo tempo que parecemos deter esse saber, nos tornamos uma figura também tenebrosa. Quem é aquele que sabe de mim o que eu mesmo não sei?
  Interessante pensar assim. Temos medo do desconhecido, isso todos nós sabemos. O desconhecido sempre cria altas expectativas, sempre nos deixa ansiosos e sempre nos dá aquele frio na barriga. Mas e quando esse desconhecido é você mesmo? Pior do que enfrentar algo que você desconhece, é você ter noção de que há alguém dentro de você que você mesmo desconhece. Isso assusta e assusta muito. E entendo que não seja fácil enfrentar essa idéia.
  Porém ao meu ver, é ainda mais difícil de aceitar a idéia de que eu desconheço parte de mim, a idéia de que alguém ou algo faz ações, toma decisões e tantas outras coisas e que, teoricamente, eu não tenho conhecimento. Isso me assusta muito mais, saber que não sou dono de parte de mim. Talvez seja um narcisismo em excesso, talvez um metodismo em excesso, sei apenas que quero me conhecer cada vez mais. Para que assim, eu os conheça cada vez mais...

terça-feira, 31 de julho de 2012

A cultura da força

O nome parece soar estranho e pelas poucas vezes venho comentar um pouco sobre algo das minhas origens orientais. Como todos sabem, sou metade chinês e metade japonês (em minhas descendências, claro que eu sou Brasileiro acima de tudo) e estamos em época de olimpíadas.

Bom, como vocês devem perceber a China é a primeira na classificação geral de medalhas. Não é a toa. A cultura oriental tem como ponto forte a força, perseverança e principalmente a disciplina. Campeões não nascem do dia para noite e nem nascem com um dom. A China é a prova de que os treinos são mais do que essenciais, são precisos. E não é um treino como Hobbie, é um trabalho de disciplina, esforço e dedicação. Na China, as crianças começam a ser treinadas aos 6 anos (até antes) junto a escola, sendo o esporte uma atividade obrigatória e pública, ou seja, patrocinada pelo governo. Os treinos são duros todos os dias, os treinadores ignoram as lágrimas de dor, cobram a perfeição em um nível absurdo, mas ali está o resultado. E vê-se que não é passando a mão na cabeça que nascem os campeões.

O Japão possui um vértice diferenciado. Anatomicamente e fisicamente em desvantagens em inúmeros esportes, como no Volley (já que as japonesas e os japoneses são baixinhos), vemos uma cultura que acredita na força de vontade e na persistência. A seleção japonesa de Volley é famosa por ser um time difícil de se superar e possui como principal lema "Não vamos deixar a bola tocar o chão". Mais do que isso, a seleção feminina do Japão é campeã mundial, não há jogadoras habilidosas ali, há simplesmente a força de vontade, a garra e o jogo em equipe que as leva a esse patamar.

Tudo isso para eu chegar no final. E o Brasil? Aos meus olhos, todos os atletas brasileiros que estão nas olimpíadas são campeões. Não há incentivo ao esporte aqui, como bem sabemos o futebol oprime todas as outras modalidades, não há patrocínio aqueles que não são campeões, é preciso treinar por conta própria pagando por isso. E por esse motivo, todos os que lá estão já são vencedores. Vencedores de um preconceito contra qualquer outra modalidade, vencedores por superarem aqueles que possuem em sua cultura uma valorização do esporte, vencedores por não desistirem e ali estarem. Por isso não engulo quando cobram absurdamente a perfeição de nossos atletas. Cada dia de treino é uma superação, cada dia de competição é um aprendizado e no lugar de criticar, devíamos aprender, olhar e incentivar. Para que a chama mínima de uma cultura que não os valoriza, não apague.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Alguém

Há tempos venho me achando estranho. Penso que estou indo na direção contrária de toda essa sociedade. Vejo que cada vez mais perdeu-se as relações humanas. O amor, é uma palavra rara que parece não existir e quando ela existe, simplesmente não é tão enfatizada.

Tenho saudades de uma relação quente, uma relação de pessoa com pessoa. Onde olhares dizem muito e abraços muito mais, não uma simples troca de interesses, mas uma devoção por um sentimento perdido. E cada vez mais me sinto perdido nesse mundo de relações frias, cada vez mais perco meu interesse pelas pessoas que se repetem a minha frente.

Mas pequenos atos mudam a sua rotina. Sentir-se importante, sentir-se rejeitado, coisas que te desestruturam de uma forma ou de outra. E independente de estar feliz ou triste, esses sentimentos fazem com que eu me lembre que posso senti-los, que sou humano e não simplesmente um ser que sempre está normal, sempre está estável.

Novamente me desestruturo e me abaixo, frente a essa onda, para procurar as minhas peças que os seus pés chutam para longe, mas que caço-as incessantemente, simplesmente para me reconstruir e voltar a andar na direção contrária.

domingo, 13 de maio de 2012

Alice


E onde está você, Alice?
Caiu num mundo de fantasias, num mundo fantástico onde tudo era possível. Viveu ali um conto de fadas, sonho de toda criança. Havia sim seus perigos, mas havia também o sonho que encantava os olhos. O mundo se dobrava a você, você se dobrava ao mundo e foi se perdendo ali, cada vez mais, caindo cada vez mais dentro da toca do coelho, perdendo-se da realidade.
O que você foi fazer lá, Alice? O que viu naquele mundo? Por que seguiu aquele coelho branco?
E lá se foi, atrás do apressado coelho, a garota ingenua. Conheceu a muitos, fez muito, riu muito, chorou muito, aventurou-se muito, mas está na hora de acordar minha criança.
Abra os olhos! Consegue ver o bosque em que adormeceu? Quem está a sua volta, lendo aquele livro?
Acorde Alice! Acorde Alice! ACORDE!
Essa não é a realidade, volte para mim Alice! Volte para a realidade...
Acordar para a realidade é difícil. Não estar mais naquele SEU mundo, não acreditar mais naquelas fantasias, tudo isso dói, confunde, tortura. Mas o que mais dói, é você se olhar no espelho e ver que você era Alice, que você mesmo se chamou para essa realidade que grita em seus ouvidos e o pior, sem saber que foi você quem se acordou do sonho...


Créditos da foto: Luiza Prado.
Há príncipes que possuem muita riqueza, outros que possuem muitos reinos, alguns milhares de vitórias, outros honras e normas. Há aqueles com cavalo, aqueles com carruagem, há aqueles com servos. E eu, posso viver sem isso tudo, falta-me apenas a princesa para buscar em um castelo distante, abandonando tudo que for preciso, para contemplar seu semblante e mesmo que distante, saber que lá, está seu sorriso...radiante. E tudo terá sentido, tudo terá valido...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Aquecer-se no intenso inverno,
Parece-me uma tarefa heroica,
Careço do seu abraço terno,
Numa busca quase paranoica.
Fecho os olhos e abraço,
A boneca que tomou seu espaço,
Toma-me a sensação da porcelana fria,
Sem a textura que tua pele teria.
Cá, vivo a ilusão,
Tentando enganar as sensações,
Cegando o machucado coração,
Os olhos geram distorções.
Proteções que criei,
Para manter minha posição de Rei,
Que reina solitário,
Um amor sem destinatário...
Os traços tomam forma,
Sempre em letras rítmicas,
Que odeiam respeitar normas,
Não formam uma lírica.
Mas assim é o traço da vida,
Torto, sinuoso, uma caixa de surpresas,
Onde a alma encontra-se presa,
Junto a então eterna dúvida.
Nesse cenário nasce a poesia,
Cabe ao poeta com maestria,
Tornar os versos belos,
Fortalecer o elo,
Do ódio e do amor,
Da alegria e da dor,
Para se viver hora a hora,
Essa caixa de pandora.

Memória e reflexão

Qual a sua memória mais importante?

Uma pergunta singela com possibilidades infinitas de respostas, seria uma pergunta que adoraria fazer a qualquer um e deliciar-me com as inúmeras respostas. Algumas muito belas, contando casos de amor, outras, trágicas, contando sobre perdas. O que importa é como elas marcam a nossa vida, mais do que isso, como elas nos moldam.

Eu me vejo como um aglomerado de memórias: As boas me relembram que a vida é bela, me relembrar como é "ser humano", como é gostoso ganhar um abraço quando se está frio ou um sorriso quando se precisa; as más me relembram dos erros e me fazem desviar desses caminhos, não as desprezo, afinal elas não tem culpa de serem ruins, pelo contrário, as agradeço por me lembrarem de que sempre posso melhorar e seguir adiante.

Por que estou dizendo tudo isso em um texto que mais parece de auto-ajuda? Simples. É porque a sua memória ainda é forte em mim. Consigo destrinchar cada uma, consigo remontar os cenários, reviver as sensações e por mais delicioso que isso pareça, hoje está me consumindo. Me joga em um conflito entre um eu que sorriu ao seu lado e o eu que a fez chorar. Quem deles sou eu? Onde vou buscar essa resposta?

E por mais aglomerado de memórias que eu esteja, hoje, sinto um grande vazio no peito. Mas é também esse vazio que me mostra que há algo errado em mim mesmo, que há algo a ser preenchido e eu busco essa resposta, enquanto escuto o vento passar por esse buraco, sussurrando palavras de conforto ou simplesmente rangendo, gritos de agonia...
O louco saltou do precipício,
Jurando saber voar,
Mas queria apenas se libertar,
Do que o prende a esse hospício.
Rodeado de loucos com a mesma face,
Numa rotina mecânica e torta,
Pertencentes todos a mesma classe,
Uma classe sem vida, morta.
Ele era o Salvador,
Que não merece nenhum louvor,
Vai para o Paraíso,
Mas com o seu próprio juízo...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tudo sucumbi ao tempo, do mais quente amor ao mais frio ódio, menos a Memória. Ela sim, pára o tempo. É aquela cena, aquele perfume, aquela pessoa, aquele sentimento que simplesmente permanece igual. Uma cena congelada ao tempo que não julga, existe. E existe sempre que você precisar, no momento que precisar. Sozinha, ela faz o seu corpo lembrar-se de tão esperado momento. Por isso, agradeço as minhas memórias, pena que são apenas minhas e de meus olhos, que vêem besteiras e coisas pequenas para os outros, mas que são minhas. São os pequenos detalhes, que fazem a obra ficar perfeita e os pequenos defeitos, humana...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O príncipe deu a sua Princesa um castelo. Sem saber que os altos muros de pedra a impediriam de ver o mundo lá fora...

domingo, 1 de abril de 2012

E sobre o mural, restou apenas a memória, de um tempo que não possui mais volta, tornou-se fantasia, fábula de uma criança feliz, tão fábula que no final, leu-se sua moral e talvez mesmo ela não sendo verdade, é nela que a criança quer acreditar, para que ela não perca o sorriso, para que ela continue a caminhar, sobre o céu azul que não ousa olhar, mas que quem sabe, há de lhe abençoar...