sábado, 17 de novembro de 2012

Petit Prince


  Acabo de reler "O Pequeno Príncipe" e é válido ser impossível não terminar o livro com lágrimas nos olhos.
  Foi esse livro que deu inspiração ao nome do blog, que como toda gente grande, parece soar estranho. Mas para quem cativou a idéia desse blog, desses contos e dessas palavras, é de sumo significado.
  Deparo-me também com o grande autor que Antoine De Saint-Exupéry é, a sensibilidade da qual ele descreve os nossos mais profundos sentimentos, junto a ingenuidade pura de uma criança, uma combinação perfeita que apenas alguém tão sensível e tão criança consegue produzir. E por tanto tempo, eu mesmo me considerei criança brincando com as palavras, mas é preciso também amadurecer para voltar atrás, como o próprio Pequeno príncipe disse "Não encontra nada quem só andas para frente".
  Assim parece a minha jornada, sempre visando o meu lado mais casto, me perco em trabalhos árduos de escrita, em percepções que transcendem a minha lógica impregnada pelo pensamento adulto e para o trabalho não de aprender a escrever, mas justamente para esquecer de tal ato. Porque assim são as coisas mais puras, como nos ensina o livro, as coisas do coração. Não há palavras para lhes descrever, há apenas tentativas duras e trabalhosas para registrar algo que apenas se sente, apenas se vive e apenas se vê, porque assim como o nosso aviador, ninguém mais irá olhar para o céu e ouvir guizos, ninguém mais irá olhar para aquele pedaço de papel e lembrar do som da caneta rabiscando-o enquanto tentava colocar ali o seu amor e ninguém mais se lembrará das lágrimas que tenho ao registrar mais uma beleza, que me toma a alma, que me toma o coração, nesse lugar que é como uma dedicatória e também como um museu.
  Museu dos sentimentos que já vivi, das viagens ao meu ser que já fiz e não se enganem quando sentimentos se abaterem sobre vocês, não, não são os meus. Como Pessoa mesmo já disse: Eu escrevo sobre os meus e vocês sentem os seus. Os meus escritos deixam dicas para o que vocês já viveram e por isso digo: Não se enganem quanto ao que lêem aqui.
  O que lêem aqui é somente meu, voltem-se para o que vocês sentem, voltem-se para vocês mesmo, porque dentro de vocês está a lembrança que daria um texto melhor ou tão melhor que o meu. Eu apenas tento registrar o que sinto para que o mundo de gente grande não me engane, não me pregue peças. Porque a unica peça que quero que me preguem é o daquela lembrança gostosa, nas coisas mais fúteis aos olhos adultos e que me farão sorrir, como um louco frente a uma multidão, mas que será único...único e somente isso.

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