"Dedico esse conto ao meu amor, Fernanda ou Neka, deixo nesse conto parte do meu carinho por ti, meu anjo de vidro."
Diante do espelho, um Deus, sem defeitos, sem erros, apenas conquistas. Eu era assim que me via diante daquele espelho em meu quarto. Tinha tudo, poder, dinheiro, casa, carros, realmente tudo, as pessoas me elogiavam, queriam ser como eu, na rua, andava de nariz empinado, não havia ninguém acima de mim. Amava me ver no espelho e me auto elogiar, me auto contemplar, afinal, não havia coisa mais linda e perfeita do que eu. Passava horas e horas me contemplando diante daquele espelho, ele ficava na parede oposto a janela, via algumas pessoas passando na rua, mas a mim, eram apenas vultos sem graça, sem cor e sem importância.
Até que um dia vi passar uma garota, um anjo! Notei-a apenas pelo breve instante que ela passou, os cabelos negros, a pele levemente morena, o andar gracioso. Parecia que ela passava por aquele espelho em câmera lenta, dando-me a graça de aprecia-la toda. Ela passou, virei meu rosto para trás e não a vi, esperaria até o dia seguinte, todo Deus tem seus anjos, e ela, seria a minha.
No outro dia ela passou, antes que fosse embora chamei-a, ela, foi até a mim, tentei encanta-la com minhas poses, com minhas conquistas e poder, ela os ignorou como se fossem nada. Fiquei nervoso, como ela poderia recusar um Deus?! Gritei, xinguei, obriguei, joguei sujo, e ela acabou ficando comigo. Agora tinha meu anjo, apenas não sabia que ela era de vidro...
O tempo foi passando sem que eu notasse, estava na atmosfera de festa e prazer, agora tinha ela, tinha tudo o que queria, mas dia a dia o brilho e a beleza dela diminuíam diante e meus olhos, estava perdendo a graça e o status de anjo que atribui anteriormente a ela. Ela não estava feliz comigo, mas não me importava ela só tinha que manter sua beleza, alguns dias depois, expulsei-a de casa, ela era uma qualquer, sem brilho, me enganou com algum tipo de encanto, que ela mesmo perdeu! Eu não tinha culpa nisso, era perfeito, era um Deus! E ela, uma plebéia que enganara um rei com um vestido bonito. Eu quebrei meu anjo de vidro...
Alguns dias depois vi uma garota passar pelo meu espelho, linda, magnífica, reluzente! Deus, que maravilha, um anjo! Como acontecera com a primeira, a imagem pareceu passar em câmera lenta, vi os cabelos negros, a pele levemente morena, o andar gracioso...Era meu antigo anjo! Estava de volta! Não entendi como, até ver passar atrás dela um plebeu, sem importância, sem cor, sem graça, mas ele parecia fazer a graça daquele anjo, um simples alguém, sem riquezas, sem graça nem cor. Mas ele colou o anjo de vidro, e com o maior cuidado cuida dela, a limpa, deixa-a em locais onde não há perigo dela cair, toma cuidado com ela... E foi esse simples ato de recolher os cacos, cuidar dela, que o fez não dono, mas o fez ser o único a poder contemplar a beleza, a ter a benção daquele anjo de vidro. Frágil, lindo, delicado...
" Palavras de amor são escritas, lidas, para serem esquecidas, quem sabe vividas, se não, infinitas..."
sábado, 20 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Eu preciso me expressar...
Preciso me expressar de alguma forma, cá e a escrita...ah, que saudade de expressar-te minha dor, minhas conquistas, de expressar meus medos. Você, escrita, é a única forma que esse servo encontrou de se expressar, de gravar quem ele é...quem ele é...
Quem sou? Sinto-me agora algo como issu, errado.
As vezes sinto-me errado, e parece que não tenho conserto, então venho para cá, para mostrar o eu que não posso ser. Aqui ninguém me crítica, a escrita apenas guarda e aceito o que escrevo, o que sou, o que quero ser.
Se escrevo loucuras, não me condenam, não me taxam de louco; se escrevo poemas de amor, não os recusam, não os rasgam; se escrevo historinhas chatas, não as dormem lendo, terminam de lê-las afinal. Eu quero agora, escrever uma dor, não me condenes por me machucar, por favor, apenas deixe-me chorar.
E que dores me abatem, me drenam? Não acreditariam se eu lhes contar, dói-me aqui no peito, ao lado do amor, mas não é dor como dor, é a minha dor.
Não sei descreva-la, ela é tão digna quanto meu amor, não tenho palavras para descreve-la e mesmo se conseguisse, vocês não sentiriam a minha dor. Por isso deixe-me ficar abraçado com minha escrita, porque ambos são meus. Deixe-me cravar minha espada ao chão, levantar-me, deixe-me tentar mais uma vez. Deixe-me seguir em frente, carregando em minhas costas a minha dor, ao meu peito o meu amor, a minha frente...a minha frente, meu caminho, seja lá qual for.
Quem sou? Sinto-me agora algo como issu, errado.
As vezes sinto-me errado, e parece que não tenho conserto, então venho para cá, para mostrar o eu que não posso ser. Aqui ninguém me crítica, a escrita apenas guarda e aceito o que escrevo, o que sou, o que quero ser.
Se escrevo loucuras, não me condenam, não me taxam de louco; se escrevo poemas de amor, não os recusam, não os rasgam; se escrevo historinhas chatas, não as dormem lendo, terminam de lê-las afinal. Eu quero agora, escrever uma dor, não me condenes por me machucar, por favor, apenas deixe-me chorar.
E que dores me abatem, me drenam? Não acreditariam se eu lhes contar, dói-me aqui no peito, ao lado do amor, mas não é dor como dor, é a minha dor.
Não sei descreva-la, ela é tão digna quanto meu amor, não tenho palavras para descreve-la e mesmo se conseguisse, vocês não sentiriam a minha dor. Por isso deixe-me ficar abraçado com minha escrita, porque ambos são meus. Deixe-me cravar minha espada ao chão, levantar-me, deixe-me tentar mais uma vez. Deixe-me seguir em frente, carregando em minhas costas a minha dor, ao meu peito o meu amor, a minha frente...a minha frente, meu caminho, seja lá qual for.
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